Aniversário da Independência: a ‘tempestade perfeita’ inclui política, Justiça e empresariado
Furacão ‘Irma’, que segue para os Estados Unidos, é fichinha se comparado à destruição brasileira

06/09/2017- GOES-16 capturou esta imagem geocolor do furacão Irma que se aproxima de Anguilla por volta das 7:00 da tarde, EDT em 6 de setembro de 2017.
De acordo com as informações mais recentes do Centro Nacional de Furacão da NOAA (emitidas às 8:00 da tarde, EDT em 6 de setembro), Irma estava localizada a cerca de 15 milhas a oeste-sudoeste de Anguila e movendo-se para oeste-noroeste, perto de 16 milhas por hora. Espera-se que este movimento geral continue nos próximos dias. Na pista de previsão, o núcleo extremamente perigoso da Irma se deslocará sobre porções das Ilhas Virgens do Norte hoje, passará perto ou apenas a norte de Porto Rico esta tarde ou esta noite, e passa perto ou a norte da costa da República Dominicana quinta-feira ( 9/7).
Foto: CIRA
Esqueça o furação Irma e seu rastro de destruição a caminho dos Estados Unidos. Nada é tão devastador quanto o que o Brasil tem vivido nos últimos anos. Passados 195 anos do grito de Dom Pedro I, às margens do rio Ipiranga, em São Paulo, o país passa, efetivamente, a expurgar seus pecados. Vivemos o momento em que a política, o empresariado e a Justiça desenterram com frequência os esqueletos deixados no quintal. São três setores que sempre andaram juntos, por vezes cúmplices, e que agora aprofundam de forma quase impossível as desigualdades no país. Todos penam para se livrar da agenda negativa trazida pelas denúncias de corrupção.
Vamos começar a explanação pelo núcleo político. Historicamente desacreditada pela população, nem precisa dizer o porquê, ela viveu certo nível de estabilidade nos governos de Fernando Henrique (PSDB) e Lula (PT). Uma estabilidade relativa, lógico. Os mensalões petista e tucano abalaram, mas não o suficiente para desacreditar frontalmente os políticos. Agora, não. A Lava Jato jogou praticamente todo mundo na lama. A vala comum passou a ser a regra, puxando para ela também as poucas almas que ainda ostentam o status de honestas. O risco, com isso, é da eleição de um ‘salvador da pátria’, bem nos moldes de Fernando Collor de Mello. Sofremos esse revés em 1989 que doeu e deixou marcas.
Vamos agora ao segundo ponto: a Justiça. Nos acostumamos como a máxima de que no Brasil a prisão era feita apenas para preto, pobre e puta. O Ministério Público costumava, em muitos casos, trabalhar para engavetar processos. Os que passavam pela peneira eram derrubados nas mais variadas instâncias do Judiciário ou mesmo prescreviam. Isso mudou uma coisinha. Tem muito bacana parando na cadeia. O problema flagrante é que, na onda moralizadora, temos percebido excessos. Procuradores assumindo o papel de condenar e juízes, em alguns casos, considerando provas pouco robustas. Não dá para esquecer o ministro Gilmar Mendes e suas relações pouco convencionais com os investigados.
Por fim, vem o empresariado. Aqui é onde está o maior nó. Até por que só existe corrupto onde se verifica a presença perene do corruptor. E esse é um papel cumprido constantemente pelo núcleo empresarial. A delação de Joesley Batista e de Wesley Batista, da holding J&F, deixa isso muito claro. Os áudios repassados por eles por engano ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, mostram que a ideia era minar os três poderes. O Legislativo já estava na lama por causa da Odebrecht. Ele ajudaria a afundar. Caberia a Batista liquidar o Executivo. O Judiciário ele pretendia minar com a ajuda do ex-ministro José Eduardo Cardozo. Este último negou o convite. No centro das denúncias, o objetivo era formar uma tempestade perfeita e se colocar no centro, onde há calmaria. Dali, seguiriam para os Campos Elísios.
No meio de tudo isso, a população vive o extremo desconforto de perceber que, na crise, a fatura é cobrada apenas dele. A resposta precisa ser dada nas urnas no ano que vem… mas sem falsos salvadores da pátria, por favor.
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c.nery
Disse:
Tudo isso é muito triste para o nosso querido Brasil, uma Nação abençoada por DEUS, porém, comandada por Políticos imundos, parasitas ladrões, usurpadores dos direitos do Cidadão Brasileiro….Uma vergonha!
Valter Vicente dos Santos
Disse:
Inversão total da ordem das coisas, Sr Suetoni Souto Maior, onde não há corruptos não há corruptores. Quem tem obrigação é o representante público de denunciar e processar qualquer tentativa de corrupção. Esse pensamento medíocre que protege os agentes públicos que promovem a corrupção. Pense antes de escrever bobagem.
Suetoni
Disse:
Amigo, não entendi a agressividade nos seus argumentos. É lícito cada um ter sua opinião, é chato ver agressão gratuita por conta disso. Vamos pelo menos considerar uma relação simbiótica entre corruptos e corruptores. Sem um não existe o outro. Agora, convenhamos, seria importante você prestar atenção ao seu próprio conselho antes de usar este espaço.